terça-feira, 27 de maio de 2008

Além da água parada

Estudo feito por Márcia Lenzi destaca a importância da qualidade da informação sobre prevenção à dengue recebida pela população, que continua conhecendo pouco a doença (Virginia Damas - CCI/ENSP/Fiocruz)
Entrevistas


27/05/2008

Por Washington Castilhos, do Rio de Janeiro

Agência FAPESP – Mais um ano, mais uma epidemia de dengue em diversos estados do país. No Rio de Janeiro, os números têm impressionado, com mais de cem mortes e um total superior a 150 mil casos desde janeiro. Apenas na capital, foram mais de 80 mil casos.

Em São Paulo, a preocupação maior é em relação ao crescimento do número de casos em cidades do interior. Em Mogi-Guaçu, por exemplo, foram confirmados 270 casos no primeiro trimestre do ano, número próximo do total de registros da doença na cidade em todo o ano passado (288 casos). Araraquara teve cerca de mil casos até abril – em todo o ano passado, foram 355.

Enquanto se discutem os motivos que levaram o problema a tamanha dimensão, Márcia de Freitas Lenzi, tecnologista sênior do Departamento de Ciências Biológicas da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Fundação Oswaldo Cruz, aponta que culpar a população pela epidemia de dengue é, em parte, uma saída política para justificar a falha no planejamento e execução das ações de controle e assistência.

Em tese de doutorado intitulada As invisibilidades da dengue: um olhar sobre suas representações em uma favela do município do Rio de Janeiro – retratos de uma vulnerabilidade, Márcia analisou a doença a partir do comportamento da população e da qualidade da informação sobre a prevenção a ela oferecida.

A pesquisa para a tese foi desenvolvida junto a um grupo de moradores do Complexo de Favelas de Manguinhos, localizado em uma das regiões da cidade do Rio de Janeiro com maior foco da doença.

Depois de analisar os folhetos distribuídos nas últimas campanhas de combate à dengue e o conhecimento que esses moradores tinham sobre a doença, a pesquisadora constatou que, apesar do conjunto de dados divulgados sobre a endemia, não houve preocupação, por parte dos órgãos governamentais, em saber que informações são mais ou menos conhecidas, como elas são recebidas pelo público e quais as dificuldades para colocá-las em prática ou passá-las adiante.

Embora existam dezenas de pesquisas sobre o vírus e o vetor da dengue, ainda são poucos os estudos comportamentais relacionados à endemia. Em entrevista à Agência FAPESP, a autora do trabalho fala sobre a responsabilidade do governo em gerir informação e educação em saúde e do papel da população no processo de prevenção, e alerta para o uso indevido de medicação.

Agência FAPESP – Quais são as principais causas que podem ser atribuídas por conta de diversos locais do país terem que enfrentar nova epidemia da dengue?
Márcia Lenzi – Existem vários aspectos a serem considerados. A culpabilização da população é, em parte, uma saída política para justificar a falha no planejamento e execução das ações de controle e assistência. Pode-se perceber que existem vários aspectos que dificultam a participação efetiva da população no combate à dengue, como, por exemplo, a falta de informações importantes para compor um cenário realista sobre a doença e também fatores sociais graves, como baixo nível de escolaridade.

Agência FAPESP – Isso foi verificado no local em que a senhora pesquisou, o Complexo de Favelas de Manguinhos?
Márcia Lenzi – A região que investiguei apresenta um índice de analfabetismo de 18%. Ali, o fornecimento de serviços básicos como água e coleta de lixo é ineficiente. Acredito que culpa não é o termo a ser aplicado, mas sim responsabilidade e parceria. Entretanto, para isso, é necessário criar condições possíveis para uma participação efetiva da população nesse processo, por meio de informações bem planejadas e constantemente divulgadas, principalmente no período de baixa incidência. Com isso, seria possível construir um processo educativo, aliado sempre a ações de controle por parte das secretarias municipais.

Agência FAPESP – As informações veiculadas pelas campanhas são sempre centradas no cuidado com os reservatórios domiciliares. Praticamente toda a população sabe que se deve ter cuidado com a água parada, senão o mosquito prolifera. Apesar disso, todos os anos há alta incidência da doença. De que outras informações a população carece?
Márcia Lenzi – Posso citar, como exemplo, a ligação que se faz entre o mosquito e ambientes insalubres ou de mata. As pessoas acreditam que em ambientes limpos não há a reprodução de mosquitos, ou seja, elas pensam que uma casa bem cuidada dificilmente teria Aedes aegypti. A falta do conhecimento sobre o ciclo do mosquito – sua reprodução em água limpa, de larva até o estágio de alado – poderia ajudar a esclarecer esse aspecto. Qualquer grupo sabe de cor as informações veiculadas pelas campanhas, que são centradas no cuidado com reservatórios domiciliares desde 1986, quando ocorreu a primeira epidemia no Rio de Janeiro, causada pelo vírus de tipo 1. Porém, existem subjetividades importantes que precisam ser trabalhadas nas campanhas, para tornar as informações mais efetivas.

Agência FAPESP – Sua pesquisa também destaca a importância do uso correto de medicação.
Márcia Lenzi – Sim. Outro grave problema é a banalização do paracetamol, constantemente citado como ideal para tratamento da dengue e tomado sem prescrição médica, sem conhecimento dos desdobramentos que esse tipo de atitude possa ter. Em relação à febre hemorrágica de dengue, também não existe informação suficiente para a população. Deveria haver, por obrigação, alertas sobre os sintomas de risco, o que poderia salvar vidas. No estudo, a população somente caracteriza a dengue como hemorrágica se houver perda visível de sangue ou hemorragia.

Agência FAPESP – Qual o papel do Estado no processo de informar e educar?
Márcia Lenzi – Não há estudo avaliativo sobre o tema “informação e educação” que componha qualquer ação preventiva relacionada a endemias existentes no Brasil. Na mídia, podemos observar, esporadicamente, campanhas de prevenção à Aids e à dengue, que são as mais veiculadas. Entretanto, não se sabe que tipo de informação vai mais ao encontro das representações que a população tem sobre essas doenças. O Estado tem a obrigação de garantir acesso aos serviços de saúde e à informação, permitindo que o cidadão tenha conhecimentos sobre etiologia, sintomatologia, tratamento e formas de prevenção.

sábado, 3 de maio de 2008

Ministro da Saúde diz que Brasil perdeu guerra contra a dengue

01/05/2008 - 09h13

FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Maceió


O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou ontem, em Maceió, que o Brasil "perdeu a guerra" contra a dengue nos dez últimos anos e que, agora, terá que conviver com a epidemia da doença por "muitos e muitos anos".

De acordo com Temporão, para 2009, o Ministério da Saúde trabalha com a possibilidade de ocorrer, nas regiões Nordeste, Norte e em parte do Sudeste, situação tão crítica quanto a verificada atualmente no Rio. "Com certeza [a epidemia] não acaba tão cedo", disse o ministro. "É uma questão de muitos e muitos anos que o Brasil vai ter que conviver com a dengue e com essa situação."

"Em 1990, tínhamos 1.700 municípios com a presença do mosquito [Aedes aegypti], hoje, nós temos 4.000", declarou Temporão. "Nós, em dez anos, perdemos a guerra. Agora, vamos ter que trabalhar muito duro, apostando inclusive no surgimento de uma vacina."

Para o ministro, só a descoberta de uma vacina permitirá o controle efetivo da doença no país. "Entre cinco e dez anos é possível que nós tenhamos essa vacina", estimou. "Aí, seria a solução definitiva." Enquanto o medicamento não é descoberto, Temporão disse que o governo trabalhará para "minimizar as mortes e o número de casos".

O ministro também se queixou da suposta falta de empenho da população no combate à dengue. "Está faltando mobilização, levantar a bunda da cadeira e trabalhar", disse ele. O ano eleitoral é outro assunto que o preocupa. "Há um risco de desmobilização por questões políticas", afirmou.

Números

O Ministério da Saúde também divulgou ontem números atualizados sobre a dengue no país. Foram 230.829 casos notificados de janeiro a abril deste ano, ante 258.795 casos no mesmo período de 2007 --uma queda de 10,8%. Na região Nordeste, as notificações de casos cresceram 30,5% no período, de 41.506 para 54.180 casos.

E mais

* Número de mortos por dengue no Estado do Rio chega a 106 neste ano
* Maioria dos brasileiros responsabiliza população e Estado por dengue, mostra pesquisa
* Lula defende cruzada para conscientizar população e evitar nascimento de mosquito da dengue
* Rio inicia campanha contra gripe para idosos a contragosto da prefeitura
* Rio vive pior epidemia de dengue dos últimos 22 anos, diz governo
* Dengue faz turismo cair até 30% no Rio, diz associação.

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http://paineldopaim.blogspot.com/

quinta-feira, 1 de maio de 2008

EPIDEMIA DE DENGUE ESTÁ SE TORNANDO SISTÊMICA NO PAÍS: EM CERCA DE 4.000 DOS 6.564 MUNICIPIOS BRASILEIROS OS MOSQUITOS ESTÃO GANHANDO A "GUERRA"

01/05/2008 - 09h13

FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Maceió

Ministro da Saúde diz que Brasil perdeu guerra contra a dengue

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou ontem, em Maceió, que o Brasil "perdeu a guerra" contra a dengue nos dez últimos anos e que, agora, terá que conviver com a epidemia da doença por "muitos e muitos anos".

De acordo com Temporão, para 2009, o Ministério da Saúde trabalha com a possibilidade de ocorrer, nas regiões Nordeste, Norte e em parte do Sudeste, situação tão crítica quanto a verificada atualmente no Rio. "Com certeza [a epidemia] não acaba tão cedo", disse o ministro. "É uma questão de muitos e muitos anos que o Brasil vai ter que conviver com a dengue e com essa situação."

"Em 1990, tínhamos 1.700 municípios com a presença do mosquito [Aedes aegypti], hoje, nós temos 4.000", declarou Temporão. "Nós, em dez anos, perdemos a guerra. Agora, vamos ter que trabalhar muito duro, apostando inclusive no surgimento de uma vacina."

Para o ministro, só a descoberta de uma vacina permitirá o controle efetivo da doença no país. "Entre cinco e dez anos é possível que nós tenhamos essa vacina", estimou. "Aí, seria a solução definitiva." Enquanto o medicamento não é descoberto, Temporão disse que o governo trabalhará para "minimizar as mortes e o número de casos".

O ministro também se queixou da suposta falta de empenho da população no combate à dengue. "Está faltando mobilização, levantar a bunda da cadeira e trabalhar", disse ele. O ano eleitoral é outro assunto que o preocupa. "Há um risco de desmobilização por questões políticas", afirmou.

Números

O Ministério da Saúde também divulgou ontem números atualizados sobre a dengue no país. Foram 230.829 casos notificados de janeiro a abril deste ano, ante 258.795 casos no mesmo período de 2007 --uma queda de 10,8%. Na região Nordeste, as notificações de casos cresceram 30,5% no período, de 41.506 para 54.180 casos.

E mais

* Número de mortos por dengue no Estado do Rio chega a 106 neste ano
* Maioria dos brasileiros responsabiliza população e Estado por dengue, mostra pesquisa
* Lula defende cruzada para conscientizar população e evitar nascimento de mosquito da dengue
* Rio inicia campanha contra gripe para idosos a contragosto da prefeitura
* Rio vive pior epidemia de dengue dos últimos 22 anos, diz governo
* Dengue faz turismo cair até 30% no Rio, diz associação.

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domingo, 27 de abril de 2008

Pesquisador defende pulverização aérea contra a dengue

(Enviada por José Augusto Duque Estrada)

Sábado, 26 de abril de 2008, 11h35 Atualizada às 12h09


A pulverização aérea do inseticida Malathion pode eliminar em 30 dias, "no máximo", os focos do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegipty. A avaliação é do diretor do Centro Brasileiro de Bioaeronáutica (CBB), Marcos Vilela, ao lembrar que esse serviço vem funcionando no mundo inteiro "há mais de 50 anos".

» Especialista vê mais custo alto
» Opine sobre a idéia
» vc repórter: mande fotos e notícias

Ele citou os casos de países como Hungria e Cuba e estados norte-americanos, como Maryland, Califórnia, Flórida, Nova York e Massachussets, que realizariam pulverizações desse tipo de forma rotineira.

Vilela denunciou que no Brasil haveria uma "pressão medieval contra a aplicação de inseticidas". Agrônomo há 50 anos, ele disse estar sensibilizado com a situação da epidemia de dengue, no estado em especial.

"A alternativa seria a eliminação tanto dos mosquitos adultos, como das larvas. Só que isso é impossível. Com a dimensão que a coisa tomou, nós não temos como atingir todos os depósitos de água da Baixada Fluminense. A única alternativa é a aplicação aérea, que é feita no mundo todo", salientou.

Ele qualificou de falsas as teorias que afirmam que uma pulverização aérea não acabaria com os focos do Aedes aegipty: "É um academismo que não tem sentido." Recordou que em 1975, quando ocorreu uma epidemia de encefalite eqüina transmitida pelo Aedes aegipty em cidades do litoral paulista, a Superintendência de Controle de Endemias de São Paulo (Sucen) conseguiu controlar aquele ciclo com aplicações aéreas de inseticida.

Após três aplicações seguidas do Malathion, contou, 98% dos mosquitos adultos e 90% de larvas são eliminados ao ar livre. Dentro de casa, indicou que a política deve continuar sendo a de evitar criadouros.

Marcos Vilela enfatizou a urgência da adoção de medidas mais enérgicas para combate à dengue: "Existe a possibilidade de essa epidemia não parar. E nós vamos deixar morrer centenas e centenas de pessoas até chamar os americanos para vir pulverizar o Rio de Janeiro, se nós temos toda a tecnologia aqui?", indagou. O estado já totalizaria mais de 100 mil pessoas infectadas.

O agrônomo contou que elaborou o primeiro projeto de aplicação de inseticida via aérea para a capital fluminense em 1987, quando houve a primeira crise de dengue no estado. Desde essa data, acrescentou, procurou o Ministério da Saúde mas ouviu que "isso não funciona, não interessa".

O serviço de pulverização, segundo ele, deveria ser feito pela iniciativa privada, cabendo ao governo a função de fiscalizar. O custo de três aplicações seria de R$ 5 milhões e Vilela informou que oito aviões estão disponíveis nos estados de Mato Grosso e Goiás cada avião poderia fazer 200 aplicações.

O Centro Brasileiro de Bioaeronáutica é uma entidade privada, criada em 1998, que se dedica à promoção de pesquisas, treinamento e consultoria em aviação agrícola.

Agência Brasil

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Dengue no Rio: número de mortes ultrapassa o da epidemia de 2002

22/04/2008 - 19h52
Da Redação
No Rio de Janeiro
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A epidemia de dengue no Rio de Janeiro já é a pior registrada no Estado, em número de mortos, desde 1986, quando os números começaram a ser compilados. Na noite desta terça-feira (22), a Secretaria Estadual de Saúde confirmou 92 mortes pela doença em todo o território fluminense. A marca supera os 91 óbitos da epidemia de 2002, que era a pior até agora. Além das 92 mortes confirmadas, outras 96 ainda estão sob investigação no Rio.

No balanço foram registrados 110.783 casos da doença no Estado. A capital continua sendo a região mais atingida, com 59.044 pessoas infectadas pela doença e 55 mortes confirmadas. O número de óbitos de pessoas com idade inferior a 15 anos chega a 42% do total. Já são 32 as vítimas fatais da dengue hemorrágica, o tipo mais grave da doença.

O município de Angra dos Reis ainda é o que registra o segundo maior número de casos no Estado, com 6.467 moradores contaminados pelo vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. As demais regiões com maior número de doentes são Nova Iguaçu, Campos dos Goytacazes e Duque de Caxias.

Adiamento da campanha de vacinação é negado

O Ministério da Saúde negou o pedido da Secretaria municipal de Saúde para adiar a campanha de vacinação contra a gripe em idosos no Estado do Rio de Janeiro. As datas da campanha permanecem igual ao resto do país, com início no dia 26 de abril e encerramento em 9 de maio.

O objetivo era evitar um grande aumento na procura por atendimento nas unidades hospitalares, já que alguns efeitos colaterais da vacina se assemelham aos sintomas da dengue. Na próxima quinta-feira (24) a Secretaria volta a discutir o assunto para encontrar a melhor solução para o caso.

* do UOL Últimas Notícias

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Dengue 'ameaça status de Primeiro Mundo do Brasil', diz jornal

21/04/2008 - 07h13
A epidemia da dengue ameaça o status favorável que o Brasil conquistou no setor econômico e revela o "lado escuro do Rio de Janeiro", diz uma reportagem publicada nesta segunda-feira no jornal americano "Los Angeles Times".

"O país parece propenso a conquistar o status de Primeiro Mundo. Mas moradores da auto-proclamada cidade maravilhosa estão preocupados e irritados com uma aflição do Terceiro Mundo -a dengue", diz o texto.

Folha Imagem
ESPECIAL DENGUE: COMO PREVENIR
MAIS NOTÍCIAS DO DIA
O jornal traz números de autoridades de saúde brasileiras e afirma que, até a última sexta-feira, a doença teria matado pelo menos 87 pessoas no estado do Rio de Janeiro e mais de 93 mil teriam sido infectadas. Segundo a matéria, "a maioria dos casos teria acontecido na cidade do Rio, a principal atração turística do Brasil".

Segundo o jornal, os cariocas não estariam culpando o mosquito transmissor da doença, Aedes aegypti, pela epidemia, mas "atacando o que chamariam de uma resposta tardia e confusa do governo" por causa da lentidão nas ações de fumigação.

O "Los Angeles Times" compara a reação das autoridades brasileiras, que "se acusam mutuamente" com um jogo de acusações similar ao que aconteceu durante a crise provocada pelo furacão Katrina, nos Estados Unidos.

Outra comparação feita pela reportagem é baseada na afirmação do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, de que "é preciso combater a dengue do mesmo modo que não podemos tolerar a ocupação das favelas pelos traficantes de drogas".

De acordo com o jornal, assim como a guerra entre os policiais e os traficantes nas favelas, a epidemia da dengue "se transformou em uma mancha na imagem glamourosa do Rio".

Segundo o diário americano, há relatos de uma diminuição no número de reservas em hotéis da cidade, apesar da acusação de alguns críticos de que o governo estaria "colocando panos quentes na epidemia para não assustar os turistas".

No entanto, diz o jornal, "a notícia já se espalhou" e as embaixadas de vários países já estariam alertando os turistas sobre as prevenções.

Uol Ciência e Saúde

sábado, 12 de abril de 2008

Filipinas alertam para epidemia de dengue

12/04/2008 - 07h02

Zamboanga (Filipinas), 12 abr (EFE).- As autoridades da saúde da região de Zamboanga, no sul das Filipinas, alertaram hoje para a pior epidemia de dengue no país desde 2005, com 642 casos registrados no primeiro trimestre do ano.

Este número é quatro vezes maior que o total de contágios detectados no mesmo período de tempo há três anos, e é atribuído tanto à irregularidade da climatologia como à falta de conscientização dos cidadãos, assegurou o médico Aristedes Tan, diretor do Departamento de Saúde de Mindanao Ocidental.

Tan explicou que chove intensamente durante a noite, mas faz um intenso calor pelo dia, o que favorece a aparição de poços de águas paradas, habitat do mosquito transmissor da dengue.

As Filipinas registraram 411 mortes causadas pela dengue em 2007, 12% a mais que em 2006, segundo dados oficiais.

UOL

sexta-feira, 11 de abril de 2008

'Dengue é repelente para turistas', diz jornal argentino

11/04/2008 - 05h20

A epidemia de dengue no Brasil está funcionando como "um repelente para turistas", de acordo com a edição desta sexta-feira do jornal argentino Página/12. A reportagem diz que a Associação Brasileira da Indústria Hoteleira estima que as reservas turísticas de estrangeiros caíram 20% nos últimos dias.

A própria ministra brasileira do Turismo, Marta Suplicy, reconhece isso, dizendo que foi reduzida sobretudo a chegada de turistas da Espanha, de Portugal e da Itália e, em menor escala, da Argentina, diz o jornal.

Citando dados da Secretaria da Saúde do Rio de Janeiro, o Página/12 informa que nos últimos cem dias foram registrados pelo menos 75.399 casos de dengue - 82 resultaram em morte.

Segundo a reportagem, o diretor de Prevenção de Enfermidades e Riscos do Ministério da Saúde da Argentina, Hugo Fernández, afirmou que "não há recomendação oficial para não se viajar ao Rio de Janeiro", mas aconselha os viajantes que se protejam usando calças compridas, camisas de manga comprida e repelente para insetos - "enfim, tudo o que minimize a possibilidade de picadas de mosquito".

Casos na Argentina Na Argentina, há quatro casos de dengue confirmados - dois em Buenos Aires de pessoas que viajaram para a América Central; um em Córdoba de uma pessoa que retornou do Rio de Janeiro e um último caso na província de Salta, diz o jornal.

Mas pode haver mais casos. A Secretaria da Saúde da província de Missiones aguarda exames em 19 pessoas com suspeita de haver contraído a doença; na província de Mendoza, três pessoas que passaram as férias em Camboriú, em Santa Catarina. O Página/12 atribui os dados a Fernández.

O funcionário do Ministério da Saúde da Argentina descarta a possibilidade de uma epidemia de dengue no país. Segundo ele, na Grande Buenos Aires, "a queda na temperatura própria desta época torna improvável o desenvolvimento do (mosquito) Aedes (Aegypti)", transmissor da doença, embora "no norte da Argentina possam ocorrer casos endêmicos, como em outros anos".

UOL

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Número de mortos por dengue no Rio já chega a 80 neste ano

0/04/2008 - 17h28

Colaboração para a Folha Online, no Rio

Mais uma morte por dengue em 2008 foi confirmada no Rio nesta quinta-feira. Com isso, já são 80 as pessoas mortas pela doença no Estado do Rio neste ano. Na capital, são 47 casos de morte confirmadas este ano.

Somente nos quatro primeiros meses deste ano, o Rio já teve mais casos de dengue notificados que em todo o ano passado, segundo balanço divulgado ontem (9) pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio. Segundo o relatório, há 75.400 casos de dengue relatados só neste ano --contando com a 80ª morte confirmada hoje. Em 2007, foram 66.553 ao todo.

A morte confirmada hoje foi de um homem de 81 anos, morador do Méier (zona norte). O nome não foi divulgado. Ele estava internado com dengue no hospital municipal Salgado Filho, no Méier, e morreu no dia 20 de março, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio. O caso já entrou nas estatísticas oficiais do governo do Estado.

O número de pessoas com a doença até quarta-feira (2) passada era de 57.010. Ontem, a secretaria divulgou que o volume de casos saltou para 75.399. Com isso, a quantidade de notificações de dengue já ultrapassam as registradas em todo o ano passado --66.553, segundo dados da secretaria.

De todas as notificações, 45.663 concentram-se na cidade do Rio. Os outros foram registrados em municípios como Angra dos Reis (5.157), Nova Iguaçu (4.437), Campos dos Goytacazes (3.309) e Duque de Caxias (2.290).

domingo, 6 de abril de 2008

Médicos gaúchos viajam para ajudar RJ contra dengue

06/04/2008 - 19h28

Porto alegre - Uma equipe de 20 médicos gaúchos vai se integrar à frente de combate à dengue do Rio de Janeiro amanhã. O grupo, formado por pediatras e especialistas em medicina da família de diversos hospitais públicos e privados do Rio Grande do Sul, se encontrou hoje no Aeroporto Salgado Filho para viajar.

A primeira atividade será conhecer o protocolo local. Em seguida os médicos começarão a prestar assistência a crianças nas Unidades de Pronto Atendimento montadas no bairro da Penha, onde há a maior incidência da doença.

As despesas de alimentação e hospedagem serão pagas pelo governo do Rio de Janeiro, que também vai remunerar com R$ 500 cada plantão de 12 horas feito por médicos de hospitais privados. As passagens para o deslocamento do grupo foram oferecidas pela TAM. A equipe deve ser substituída por outra, também do Rio Grande do Sul, depois de 15 dias de trabalho. Outros Estados também vão participar da rede de ajuda ao Rio de Janeiro.

O secretário da Saúde do Rio Grande do Sul, Osmar Terra, lembrou que o Estado foi eficiente para controlar um surto de dengue em abril do ano passado e evitar novos casos desde aquela época. Mas também admitiu que os médicos gaúchos que forem ao Rio de Janeiro ganharão experiência em saúde pública ao vivenciarem uma situação de catástrofe. "A ação deles será positiva para o Rio Grande do Sul, o Rio de Janeiro e principalmente para as crianças que serão salvas."

Elder Ogliari

UOL

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Município fluminense testa armadilha de captura do mosquito da dengue

04/04/2008 - 18h00

Alana Gandra
Da Agência Brasil

Começou hoje (4) no município de Saquarema, na Região dos Lagos fluminense, uma campanha de mobilização de combate ao mosquito da dengue com ações educativas e a distribuição de armadilhas de captura ao mosquito, as chamadas mosquitoeiras.

Com a participação do infectologista do Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Maulori Cabral, a campanha tem o objetivo de evitar uma epidemia da doença com a participação efetiva da população, por meio de ações educacionais. Estão envolvidos moradores de Saquarema, funcionários da prefeitura, agentes de saúde, além de alunos e professores de escolas públicas e privadas.

A mosquitoeira genérica foi desenvolvida e patenteada pela UFRJ e aprovada pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. "Essa mosquitoeira é um instrumento educacional", destacou o infectologista.

Segundo Cabral, é fácil confeccionar uma mosquitoeira para captura do mosquito que transmite o vírus da dengue. "Todo mundo pode fazer", garantiu. Ele lembrou que a experiência foi iniciada com êxito pela prefeitura de Saquarema, no primeiro semestre do ano passado.

Estudantes prepararam as armadilhas, como parte de atividades escolares e as levaram para casa. O objetivo era, depois, avaliar os resultados. O primeiro teste foi um sucesso e a experiência foi, então, repetida no segundo semestre. No segundo teste, conseguiu-se uma maior mobilização por parte da população.

A mosquitoeira genérica pode ser feita em casa. O material necessário é fita isolante, microtule, garrafa PET e um pedaço de lixa para acertar a boca da garrafa. No interior da armadilha, são colocados grãos de arroz cru com palha triturados, ou alpiste, e água.

"Só isso. Essa mosquitérica serve como maternidade para o mosquito. As fêmeas vão botar ovo lá porque tem ambiente com água, está na sombra e tem bastante comida para garantir a sobrevivência da prole. Só que a prole que vai nascer não tem condições de ganhar a liberdade e morre lá dentro. Ou seja, você elimina a próxima geração do mosquito", explicou o infectologista.

Amanhã (5), a UFRJ vai aplicar a experiência na Ilha do Governador, na capital fluminense. Será a primeira vez que as mosquitoeiras serão testadas numa área em que a população não é flutuante, como ocorre em Saquarema.

UOL

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Epidemia de Dengue pode se tornar sistêmica no país

03/04/2008 - 15h51

Estudo aponta que dez capitais devem estar em alerta para possíveis surtos de dengue

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Além do Rio de Janeiro, outras dez capitais devem estar em alerta para um possível surto de dengue segundo o Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (Liraa), do Ministério da Saúde. Em outras duas capitais, Porto Velho (RO) e Salvador (BA), a situação é mais grave e é classificada pelo relatório como risco de surto. O levantamento apurou a infestação do mosquito em 171 municípios que possuem maior risco de proliferação. O resultado foi divulgado em novembro de 2007 para que cada localidade aplicasse medidas preventivas.

As capitais em estado de alerta são Manaus (AM), Belém (PA), Palmas (TO), Maceió (AL), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), São Luiz (MA), Recife (PE), Aracaju (SE) e Vitória (ES).

Em Fortaleza, o secretário municipal de saúde, Odorico Monteiro de Andrade, já transferiu seu gabinete para o Centro de Controle de Endemias da cidade. "A secretaria está muito preocupada, nós consideramos a situação pré-epidêmica e estamos trabalhando para manter o controle e, na pior das hipóteses, se houver epidemia, que nós tenhamos um controle sobre ela", disse em entrevista à Agência Brasil.

Em 2008 foram registrados em Fortaleza cerca de 2.150 casos de dengue, com sete óbitos ainda em investigação. Andrade afirmou que o trabalho está sendo realizado em dois eixos: prevenção - com a ação de 1.150 agentes de endemia para eliminar criadouros do mosquito - e manejo clínico de casos de dengue.

"Estamos fazendo um esforço importante de treinamento e capacitação de funcionários da saúde para fazer um diagnóstico diferencial entre a virose dengue e a não-dengue. Com isso a gente pode tratar adequadamente [os doentes] e evitar óbitos". Segundo o secretário, o combate à doença acontece durante todo o ano e é intensificado no inverno.

Em Manaus, até ontem, foram registrados 3.789 casos suspeitos - o número já ultrapassa os contabilizados no ano passado. Desses, 1.428 já foram confirmados, sendo 63 de dengue hemorrágica, com 5 mortes. Para a diretora de epidemiologia e ambiente do município, Leila Brasil, o quadro ainda não configura epidemia, mas a Fundação de Vigilância de Saúde de Manaus, em parceria com a secretaria estadual de saúde, já trabalha na Operação de Impacto de Combate à Dengue.

Segundo Leila, nas últimas semanas, os registros diminuíram e a população está mais sensível à necessidade de eliminar os focos de reprodução do Aedes aegypti. "Já fizemos várias passeatas em distritos que tinham alta densidade de mosquito, entregando material com informações sobre a dengue e alertando a população", contou.

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse hoje (2) pela manhã que alguns estados merecerão atenção especial durante todo o ano de 2008 para evitar situações semelhantes à ocorrida no Rio de Janeiro esse ano.

"Na Região Norte a nossa preocupação são com os estados do Pará, Rondônia e Amazonas. No Nordeste, a Bahia, o Rio Grande do Norte e Sergipe", enumerou.

De acordo com Temporão, esses estados apresentam um número maior de casos em 2008, mas em termos quantitativos, a situação no Rio de Janeiro é muito mais grave. "No Rio você tem 50 mil casos e algumas centenas em outros estados", comparou.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Em uma semana, RJ registra 14 mil casos de dengue; total chega a 57 mil

02/04/2008 - 20h35

da Folha Online

O total de casos de dengue registrados no Estado do Rio de Janeiro em 2008 passou dos 57 mil, segundo relatório da Secretaria Estadual da Saúde divulgado nesta quarta-feira. O novo balanço apresenta um aumento de cerca de 14 mil casos em relação ao relatório anterior, da quarta-feira passada (26).

A capital do Estado ainda é a cidade com maior número de casos, com 36.647. Nova Iguaçu, na região metropolitana tem 3.643 registros e Angra dos Reis 3.711.

O número de mortes atingiu 67 no Estado, 13 a mais que no último relatório --todas na cidade. Desse total, 21 tiveram a dengue hemorrágica. Ainda de acordo com o último relatório, 58 mortes suspeitas ainda são investigadas.

Hoje o governador Sérgio Cabral (PMDB) declarou que estuda pedir ajuda do governo de Cuba para resolver a falta de médicos. "Cuba tem uma excelente tradição na área de saúde pública", disse.

Cabral afirmou ainda que há três tendas de hidratação --espaços montados pelo governo do Estado próximo a hospitais do Rio para auxiliar o atendimento a pacientes com dengue-- sem funcionamento por causa da falta de médicos no Estado.

"Temos carência de médicos. As tendas da Gávea [zona sul], da Penha [zona norte] e do Méier [zona norte] estão prontas esperando por profissionais", declarou.

Gaúchos

Entre 15 e 20 pediatras da rede estadual do Rio Grande do Sul serão enviados ao Rio de Janeiro para ajudar no atendimento a pacientes com dengue. O governo gaúcho foi o primeiro a atender ao pedido feito pelo secretário estadual de Saúde do Rio, Sérgio Côrtes, para que médicos de outros Estados auxiliem no atendimento aos doentes.

Os médicos, que pertencem a hospitais estaduais e federais gaúchos, embarcarão para o Rio no próximo domingo (6), e ficarão em unidades de saúde do Estado por cerca de duas semanas, informou a Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

FM PAN Aquidauama: Dengue hemorrágica - boletim traz recorde de mortes.


Terça-feira, 05 de Fevereiro de 2008 | 06:03Hs

Redação

Boletim sobre a situação da dengue no Brasil divulgado ontem pelo Ministério da Saúde diz que o número de mortes por dengue hemorrágica foi recorde em 2007. Segundo O Estado de S.Paulo, foram 158 óbitos. Em 2006, o total de mortes foi de apenas 76.

O recorde anterior é do ano de 2002, quando 150 pessoas morreram em conseqüência da doença.

De acordo com o documento, foram registrados 1.541 de dengue hemorrágica, de um total de 559.954 casos simples da doença.

Os casos se concentraram no Ceará, Rio, Maranhão, Pernambuco, Amazonas, Mato Grosso do Sul, Piauí, Goiás, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte.

Fonte: Redação Terra

FM PAN Aquidauana: Dengue hemorrágica: boletim traz recorde de mortes


Terça-feira, 05 de Fevereiro de 2008 | 06:03Hs

Redação

Boletim sobre a situação da dengue no Brasil divulgado ontem pelo Ministério da Saúde diz que o número de mortes por dengue hemorrágica foi recorde em 2007. Segundo O Estado de S.Paulo, foram 158 óbitos. Em 2006, o total de mortes foi de apenas 76.

O recorde anterior é do ano de 2002, quando 150 pessoas morreram em conseqüência da doença.

De acordo com o documento, foram registrados 1.541 de dengue hemorrágica, de um total de 559.954 casos simples da doença.

Os casos se concentraram no Ceará, Rio, Maranhão, Pernambuco, Amazonas, Mato Grosso do Sul, Piauí, Goiás, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte.

Fonte: Redação Terra