sexta-feira, 4 de abril de 2008

Município fluminense testa armadilha de captura do mosquito da dengue

04/04/2008 - 18h00

Alana Gandra
Da Agência Brasil

Começou hoje (4) no município de Saquarema, na Região dos Lagos fluminense, uma campanha de mobilização de combate ao mosquito da dengue com ações educativas e a distribuição de armadilhas de captura ao mosquito, as chamadas mosquitoeiras.

Com a participação do infectologista do Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Maulori Cabral, a campanha tem o objetivo de evitar uma epidemia da doença com a participação efetiva da população, por meio de ações educacionais. Estão envolvidos moradores de Saquarema, funcionários da prefeitura, agentes de saúde, além de alunos e professores de escolas públicas e privadas.

A mosquitoeira genérica foi desenvolvida e patenteada pela UFRJ e aprovada pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. "Essa mosquitoeira é um instrumento educacional", destacou o infectologista.

Segundo Cabral, é fácil confeccionar uma mosquitoeira para captura do mosquito que transmite o vírus da dengue. "Todo mundo pode fazer", garantiu. Ele lembrou que a experiência foi iniciada com êxito pela prefeitura de Saquarema, no primeiro semestre do ano passado.

Estudantes prepararam as armadilhas, como parte de atividades escolares e as levaram para casa. O objetivo era, depois, avaliar os resultados. O primeiro teste foi um sucesso e a experiência foi, então, repetida no segundo semestre. No segundo teste, conseguiu-se uma maior mobilização por parte da população.

A mosquitoeira genérica pode ser feita em casa. O material necessário é fita isolante, microtule, garrafa PET e um pedaço de lixa para acertar a boca da garrafa. No interior da armadilha, são colocados grãos de arroz cru com palha triturados, ou alpiste, e água.

"Só isso. Essa mosquitérica serve como maternidade para o mosquito. As fêmeas vão botar ovo lá porque tem ambiente com água, está na sombra e tem bastante comida para garantir a sobrevivência da prole. Só que a prole que vai nascer não tem condições de ganhar a liberdade e morre lá dentro. Ou seja, você elimina a próxima geração do mosquito", explicou o infectologista.

Amanhã (5), a UFRJ vai aplicar a experiência na Ilha do Governador, na capital fluminense. Será a primeira vez que as mosquitoeiras serão testadas numa área em que a população não é flutuante, como ocorre em Saquarema.

UOL

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